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Hacker de 18 anos confessa golpes de R$ 1 milhão


Carioca de Vila Isabel, jovem invadia sistemas de bancos para roubar dados de clientes, falsificar cartões e levar vida de milionário


Rio - Para a família, um jovem estudante viciado em computador. Para a noiva, o rapaz perfeito: bonito, inteligente e apaixonado. A verdadeira identidade de David Barbosa, 18 anos, hacker desde os 15, só foi descoberta quarta-feira por policiais da 12ª DP (Copacabana), quando ele aplicava mais um golpe: alugava um Corolla usando documento e cartão de crédito falsos. De três anos para cá, o jovem calcula ter movimentado R$ 1 milhão. Por semana, chegava a gastar R$ 5 mil em viagens, aluguéis de automóveis importados e estadias em hotéis de luxo.

Como no filme ‘Prenda-me se for capaz’ — em que Leonardo DiCaprio interpreta um garoto de 17 anos, gênio na arte da falsificação de cheques que durante anos engana a polícia com vários disfarces —, David também tinha diversas identidades, profissões e contas bancárias. Na área VIP dos aeroportos, usando ternos alinhados, ele fingia ser um executivo rico e ocupado.

“Quem vai desconfiar de uma pessoa bem vestida e com um cartão ouro na carteira? Uma vez fiz o teste: fui de bermuda, camisa e tênis. Não adianta que o tratamento não é o mesmo”, comentou o jovem, que por duas vezes chegou a se identificar como piloto de aeronave, usando uniforme comprado na Internet.

David também se apresentava como militar do Exército. Possuía carteira, uniforme e colete. Apaixonado por armas, o adolescente comprou réplicas pela Internet. Filho de um taxista e uma dona de casa, o caçula de três irmãos aprendeu sozinho a usar o computador. E com uma inteligência acima do normal, rapidamente passou a dominar todas as ferramentas e linguagens de programação. Aos 15 anos, já era considerado um gênio da computação. Foi quando um amigo que conheceu pela rede o contratou para criar um programa que conseguisse invadir sistemas de bancos e capturar dados de cartões de crédito de clientes. Pelo ‘trabalho’, David recebeu R$ 5 mil.

“Foi aí que percebi que podia ganhar muito dinheiro”, contou o hacker. Em sociedade com um rapaz de 25 anos, de Juiz de Fora (MG), os golpes começaram. “Conseguíamos muito dinheiro. Dávamos festas direto. Dava R$ 50 de esmola para mendigo na rua. Um dia, quanto estava em Juiz de Fora, fui sequestrado por dois PMs. Tinha levado R$ 200 mil e eles sabiam do dinheiro. Disseram que iam me matar se eu não entregasse. Depois disso parei de pensar em juntar dinheiro”, disse.

Desconfiado de que o sequestro fora planejado pelo sócio, David decidiu atuar sozinho. “Parei com os bancos e fui trabalhar sozinho. Passei a invadir os sites de compras para capturar os dados de clientes. Fazia compras e revendia, mas também usava as informações das pessoas para pedir cartões de crédito ao banco. Mas preferia os que têm limite alto”, contou.

Negócios com traficantes e exibição com armas

Nos últimos três meses, David passou a circular também em um mundo bem diferente do luxo e requinte a que se acostumara. Morador de Vila Isabel, o hacker com rosto de menino e aparente fragilidade passou a frequentar o Morro dos Macacos para tratar de negócios. Ele fornecia, pela metade do preço, roupas e objetos de grife a traficantes. Lá, também aprendia a atirar e se exibia com armas.

Um dos vídeos encontrados pela polícia no celular de David mostra o jovem, em um bar na favela, com um fuzil atravessado no peito. Só David aparece, mas ele conversa com dois homens que encomendam roupas.

Quarta-feira, ao ser preso, David esperava um amigo, também de 18 anos, na Avenida Princesa Isabel, em Copacabana. O hacker convencera o amigo a alugar um Corolla usando documentos falsos em uma agência de carros, no bairro. O plano era vender o carro e dividir o dinheiro.

Uma semana antes, David havia alugado o mesmo. Um vídeo encontrado no celular dele mostra o adolescente de terno dirigindo o veículo em São Paulo. “Para saber se o Corolla tinha GPS, liguei para a locadora e disse que estava perdido. Como me localizaram, devolvi o carro. Comprei um bloqueador de GPS e ia voltar lá para pegá-lo. O plano era perfeito”, contou.

A polícia só descobriu o golpe porque o dono do cartão de crédito usado por David procurou a loja para contestar a despesa. Uma semana depois, quando o cartão era usado, policiais prenderam a dupla em flagrante.
 

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